Biografia histórica
Prémio Lusitania 2012 pela Academia Portuguesa
da História
Leonor Teles
(1350?-1410?), mulher do rei D. Fernando, foi rainha consorte de Portugal entre
1372 e 1383 e regente entre outubro de 1383 e janeiro de 1384. Mulher
política, participou ao lado do marido no governo do reino, outorgando
diplomas de privilégio à nobreza e negociando a sucessão do trono nos diversos
tratados de casamento que os dois conceberam para a única filha sobreviva, a
infanta D. Beatriz. Leonor Teles terá sido uma mulher «mui inteira e de coração
cavaleiresco», por ser corajosa, frontal e determinada, qualidades que, para
a época, se considerava serem de natureza masculina. Foi uma mulher bela e sedutora,
a ponto de as mulheres do seu tempo aprenderem com ela novos jeitos a ter com
os maridos. Segundo o cronista Fernão Lopes, Leonor era uma mulher de maus
costumes por ter casado com o rei, apesar de já ser casada, e por ter arranjado
um amante, sendo D. Fernando vivo. O cronista e a história não lhe perdoaram e
fizeram dela o mito da mulher má, capaz de matar a irmã, exilar os cunhados,
preparar ciladas, tudo para servir a sua maior ambição: a luta pelo poder, o
poder de ser rainha de Portugal. Nos seus prováveis sessenta anos de vida,
Leonor teve dois, se não três, casamentos, vários filhos, uma clientela de
agraciados, um reino que perdeu e um exílio que a fez ir morrer a Castela,
terra originária dos seus antepassados – os Teles de Meneses.
Historiadora,
especialistas no tema do poder político da rainha D. Leonor Teles − que
desenvolveu em diversos congressos nacionais e internacionais −, Isabel de Pina
Baleiras foi distinguida em 2012 com o Prémio Lusitania pela edição desta
biografia histórica.